Uma vez ouvi dizer que o problema do Brasil é a miscigenação que se permitiu desde a chegada dos europeus nas terras dos índios. Acho isto um absurdo. O problema do Brasil, se é que se pode resumir em apenas um, se deve ao aniquilamento das raízes que fortaleceria a nossa identidade.
Shakespeare escreveu: “ser ou não ser, eis a questão”. Se ele está em dúvida se vai ser ou não, é sinal de que, no mínimo sabe quem é, enquanto eu ainda me pergunto: quem sou eu?
O que vou explicar ao meu filho e ao meu neto a história dos meus antepassados? Se sou negro (a) ou preto (a), se assim preferir, dizem que tenho pé na senzala, e, consequentemente, derivei da África. Bem, mas se o berço da humanidade deriva da África, todos têm ancestrais lá.
Quantos de nós não temos a menor ideia de onde viemos e quem somos? Imagine quantas histórias interessantes desencontradas e já enterradas?! Este fato contribui para uma perda de identidade e um agravante quando praticamente tudo o que é derivado da cultura negra não é reconhecido, salvo engano no momento que se ganha dinheiro; exemplos clássicos: carnaval, futebol, músicos e um ou outro modelo pelo mundo.
O assunto se prolonga em discussões políticas, movimentos artísticos, teses acadêmicas etc. Por hoje, vamos nos limitar a procurar pensar da seguinte forma: é preciso ocupar todos os espaços, sobretudo os de liderança, além dos que já são ocupados hoje, sem perder um posicionamento e uma postura crítica na defesa da identidade enquanto negro.
Nada de tocar fogo no mundo, apenas comece a analisar certas desigualdades que andam acontecendo por aí há séculos. E depois, mesmo que em determinados momentos, uma ou mais pessoa não compreendam sua postura, o importante é que você tenha consciência do que está fazendo.
E, como neste dia temos uma infinidade de shows, peças teatrais, filmes, poemas e oficinas que falem sobre a África, escravidão, formação do Brasil e sobre culturas marginalizadas, a seguir confira algumas dicas que vão durar muito mais que meros 90 minutos.
Uma frase que ouvi de alguém sabe Deus quem e, desde então, guardo comigo: “uma raiz forte, amanhã não dá frutos podres.”
LIVROS
Cabana do Pai Tomás
Autor: Harriet Beecher Stowe
Negras Raízes
Autor: Alex Haley
Editora: Círculo do Livro
Coleção Os Negros Caros Amigos
Editora: Casa Amarela
O povo brasileiro - A formação e o sentido do Brasil
Autor: Darcy Ribeiro
Editora: Companhia das Letras.
Casa Grande e Senzala
Autor: Gilberto Freyre
FILME
Amistad
Direção: Steven Spielberg
Da Cor Púrpura
Direção: Steven Spielberg
Hotel Rwanda
Direção: Terry George
Malcolm X
Direção: Spike Lee
Atlântico Negro - A rota dos orixás
Direção: Renato Barbieri.
Zumbi Somos Nós
Direção: Coletivo "Frente Três de Fevereiro
LETRA DE MÚSICA
Canto das Três raças
Interpretação: Clara Nunes
Negros maravilhosos – Mutuo mundo Kitoko
Composição: Talismã (Camisa Verde e Branco)
Kizomba, a festa da raça
Autoria: G.R.E.S Unidos de Vila Isabel
Carta à mãe África
Letra: Gog
Afro brasileiro
Letra: Thaíde
Matéria publicada em http://aodcnoticias.blogspot.com.br/
Tamires Santana
Jornalista




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