COMUNIDADE NEGRA REALIZA III SEMINÁRIO INTOLERÂNCIA RELIGIOSA FAZ MAL A SAÚDE


   O que significa intolerância?
   Incapacidade de aceitar as opiniões e ideias dos demais que não coincide com as próprias, segundo The Free Dictionary. Vivemos em uma sociedade que muda constantemente, cresceu e de certo modo, cientificamente, amadureceu, mas continua intolerante.
   Chegado a determinado ponto ela exige dela mesma discussão, senso crítico, colaboração, respeito e disciplina. No entanto, tudo faz parte de um processo, longo processo que proporciona muitas perdas e danos para quem vai contra o intolerante.
   Falar sobre intolerância de qualquer espécie em pleno século XXI, sobretudo a religiosa, em um país possuidor de uma cultura tão diversificada e que sofreu influências de diversas partes do planeta durante a sua formação, é negar a própria ancestralidade. Muito do que o “ensino oficial” oferece na formação de suas pequenas ovelhas está deturpado ou dissimulado por fragmentos de fatos verídicos.
   Há muito se tem observado que as portas para as mudanças estão abertas, o problema é que o porteiro está sendo a discriminação e o desrespeito para com uma prática milenar que são as religiões de matrizes africanas, impedindo a entrada do esclarecimento e da verdade. 
   A realização do III Seminário Intolerância Religiosa Faz Mal a Saúde não apenas tomou partido sobre a situação que as práticas de terreiros, sua cultura e seus adeptos estão sendo tratados pela sociedade civil e pelas políticas públicas em diferentes lugares no país, como também foi uma ótima iniciativa que procurou estimular a reflexão de como o agressor e a vítima estão se relacionado e como o segundo pode lutar pela a sua liberdade de expressão.
   Apesar da disseminação da comunicação por meio da internet, desmistificar informações enraizadas na cultura brasileira é um desafio, que, um dia vencido, com certeza vencerá a intolerância religiosa, assim como outros tantos preconceitos que se interligam e que hoje compõem uma gigantesca tela de ignorância e trevas.
   Para aproveitar ao máximo possível o amplo tema, o Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunida Negra de Francisco Morato dividiu o evento em dois dias. Entre os dias 24 e 25 de agosto, sendo a abertura realizada na Câmera Municipal de Francisco Morato e o segundo dia de evento realizado no Anfiteatro Laura Bressane no CSU (Centro Social Urbano), autoridades como: Paulo Sergio dos Santos (Superintendente de Cultura de Francisco Morato) Yalorixá Suzane Oni Iyemonja Aty Oyá, Nuno Coelho (Fundação Palmares), Ana José Lopes (Fórum Nacional de Mulheres Negras), Marisa da Conceição Peres da Silva (Presidente do Conselho da Comunidade Negra de Francisco Morato), Silvany Euclênio (SEEPIR), Reginaldo Chagas (DAGEP/Ministério da Saúde), Aparecida Campos (UNICAMP/Rede Lai Lai APEJO), Babalorixá Dyba de Yemonja (RENAFRO Saúde / RS – Rede Nacional de Religiões Afro Brasileira e Saúde – Núcleo Rio Grande do Sul), Edgar Mouta (Conselheiro do CONSEA), ARNALDO MARCOLINO (RADIALISTA/CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE), DR. Dojival Vieira (Diretor da AFROPRESS), Janeth Suzarth (Fórum Nacional de Mulheres Neras), Heliana Hemetério dos Santos (Rede de Mulheres Negras do Paraná), Babalorixá Edilson (Rede Nacional de Religiões Afro Brasileiras e Saúde/Núcleo RJ), Patrick Oliveira Niva (Escola de Psicanálise - NELP/Goiânia), Ebonmy Conceição Reis (Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro Brasileira -INTECAB-SP), José Ortiz Jimenez (Superintendente da Saúde de Francisco Morato) e Carmem Luzia (Centro de Umbanda de Cáritas) estiveram presentes. Ao final todos os participantes receberam certificado de participação.
   Com tudo, foi possível esclarecer sobre o real papel que as religiões de matrizes africanas representam no país desde o Descobrimento do Brasil até os dias de hoje e como é necessária a criação de políticas públicas no sentido de fortalecer o campo da saúde, preservar as tradições e apoiar o respeito pela cultura dos terreiros.

   Confira as fotos do evento na página oficial da Comunidade Negra de Francisco Morato no Facebook.













Por Tamires Santana
Jornalista

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